CÉSAR AUGUSTO MOREIRA BERGO
Corecon-DF nº 5661.
Determinadas atividades têm menor ou maior valorização de acordo com os incentivos ou vantagens que apresentam ao mercado.
Com o surgimento da economia de mercado, não só tudo o que é produzido é para se vender no mercado, mas também o trabalho, a terra e o próprio dinheiro. A crescente mercantilização de todas as coisas transforma a sociedade em uma sociedade de mercado.
Analisando os efeitos produzidos pela racionalidade econômica sobre o trabalho, pode-se notar que lhe foi conferido um conteúdo muito restrito. A atividade produtiva foi separada de seu sentido, de suas motivações e de seu objeto para converter-se em simples meio de ganhar o salário. A satisfação do trabalho e o prazer da criatividade são eliminados em benefício das satisfações que somente o dinheiro pode comprar.
O tempo é, também, outro importante fator no racional econômico. A invenção do relógio mecânico tornara possível a mensuração dos períodos de trabalho e, conseqüentemente, o controle da “produtividade” [1] do trabalho assalariado”.
O controle do tempo é fundamental para os processos produtivos. “A racionalização desses processos passa pela organização e pela compreensão do tempo que se leva para produzir as mercadorias”.
O mundo parece tão unido em assuntos econômicos, mas mostra-se fragmentando em muitos outros assuntos. Isso acontece porque no mercado da economia tudo se torna mercadoria com um valor que é medido pelo dinheiro. O dinheiro é a única coisa que interliga todo o processo.
Ele é a primeira e até agora a única “linguagem” universal completamente bem-sucedida. “A verdade é que o dinheiro é a invenção mais extraordinariamente sutil e exata para definir o que as pessoas realmente querem” [2].
[1] Produtividade: quantidade de bens e serviços produzida em uma hora de trabalho.
[2] Nicholas Boyle. Livro Who Are We Now?
César Augusto Moreira Bergo, é Presidente do CORECON-DF. Economista, sociólogo e mestre em finanças e especialista em administração estratégica e governança corporativa pela FIA/USP. Professor de pós-graduação universitária e de diversos cursos no mercado financeiro. Atua há mais de 40 anos no mercado financeiro tendo exercido cargos de executivo em bancos, corretoras e distribuidoras de valores, além de possuir diversas certificações para atuar no mercado financeiro.
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Ótimo texto. E nos instiga a beber mais do conhecimento. O texto pede uma continuidade, dada o ponto de vista diverso do que é coloquial. Espero que haja um próximo texto, aprofundado nos pontos do próprio assunto abordado. Parabéns.
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