UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE.
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA
MACROECONOMIA PÓS-KEYNESIANA
PROFESSOR JOSÉ LUIS OREIRO
2022.2
EMENTA: Keynes e a macroeconomia pós-keynesiana. O conceito de economia monetária de produção. Princípio da demanda efetiva. Consumo, investimento e o multiplicador. Incerteza e formação de expectativas. Teoria da preferência pela liquidez. O modelo keynesiano completo. Flexibilidade de salários e pleno-emprego. O circuito finance-investimento-poupança-funding. Fragilidade financeira e as flutuações cíclicas. O modelo de crescimento de Harrod. O paradoxo da parcimônia revisitado: o modelo de crescimento de Robinson. Kaldor e o crescimento puxado pelas exportações. Crescimento com restrição de balanço de pagamento: o modelo de Thirwall.
OBJETIVO: A disciplina economia monetária tem por objetivo fazer uma exposição sistemática da macroeconomia pós-keynesiana tendo como ponto de partida o conceito de economia monetária de produção e o princípio da demanda efetiva. Na sequência, apresenta-se ao aluno os determinantes da demanda efetiva, a determinação da taxa de juros e o processo de formação de expectativas num ambiente caracterizado pela incerteza no sentido Knight-Keynes. Os desdobramentos mais recentes da teoria pós-keynesiana no que se refere as flutuações cíclicas do nível de atividade econômica e os determinantes do crescimento de longo-prazo são também analisados a partir dos escritos de autores como Hyman Minsky, Joan Robinson e Nickolas Kaldor.
PROGRAMA DO CURSO
Parte I: Princípios Básicos de uma Economia Monetária de Produção
1. A não essencialidade da moeda em economias do tipo Robinson Cruzoé.
2. A transição do Tratado sobre a Moeda para a Teoria Geral: a gênese do conceito de economia monetária de produção.
3. Considerações metodológicas sobre a Teoria Geral
4. Economia monetária de produção: o programa de pesquisa da Escola PósKeynesiana.
Leituras: Asimakopulos (1991), Carvalho (2020, caps 1-3; 2015, cap. 1); Davidson (2011, cap.4; 2017, caps. 2 e 3); Oreiro, Paula e Sobreira (2019).
Parte II: O Princípio de Demanda Efetiva e o Equilíbrio com Desemprego
1. Mercado de trabalho e desemprego involuntário.
2. O Princípio da Demanda Efetiva e o equilíbrio de curto-perodo
3. Expectativas de curto-período e estabilidade do equilíbrio.
4. A Propensão marginal a Consumir e o Multiplicador.
5. A Eficiência Marginal do Capital e a Decisão de Investimento.
6. Incerteza, convenções e o estado de expectativas de longo-período.
7. Preferência pela Liquidez e a Determinação da Taxa de Juros.
8. A taxa de juros segura e a eficácia da política monetária
9. Propriedades essenciais da moeda e o modelo de taxa própria de juros.
10. Flexibilidade Salarial e a Natureza da Posição de Equilíbrio na Teoria Geral.
Leituras: Asimakopulos (1991), Bibow (2006), Davidson (1994, caps. 3-4, 6-8); Dillard, (1976, caps. 3-9); Keynes (1936; caps. 1-3, 8-13,15, 18, 19); Carvalho (2020, caps.4-6); Dutt (1992), Hicks (1974); Modenesi et al (2013); Oreiro (2000b; 2006), Vercelli (1991, cap.5).
Parte III: Fragilidade Financeira e Flutuações Cíclicas
1. Incerteza, Preferência pela Liquidez e Endogenidade da Moeda em Keynes.
2. A Preferência pela Liquidez dos Bancos e as Crises Financeiras.
3. Comportamento dos Bancos e Oferta de Crédito no Ciclo Econômico.
4. O circuito “finance-investimento-poupança-funding”.
5. Apreçamento de ativos e decisão de investimento: a teoria dos dois preços de
Hyman Minsky.
6. Estruturas de passivo e fragilidade financeira.
7. A hipótese da instabilidade financeira e os ciclos econômicos.
Leituras: Carvalho (2015), Dymski e Pollin (1992); Minsky (1982, caps. 1-6), Moore (1988, caps. 1-3), Oreiro (2000a), Paula (1999), Studart (1995, cap.4)
Parte IV: Modelos de Crescimento de Inspiração Keynesiana
1. Progresso técnico endógeno, acumulação de capital e ajuste macroeconômico em economias maduras.
2. Crescimento, demanda efetiva e mudança estrutural em economias com oferta ilimitada de mão de obra.
3. Crescimento com subutilização de capacidade produtiva: os modelos neokaleckianos.
Leituras: Kaldor (1988), Oreiro (2016, 2018), Thirwall (2013, caps. 3 e 5), Setterfield (1997, cap.3).
AVALIAÇÃO: A avaliação dos discentes consistirá em duas provas de avaliação, com peso de 70% na média final; e quatro listas de exercícios, com peso de 30% na média final.
Mais informações: FACE/UnB (61) 3107-0815