O Conselho Regional de Economia do DF vem realizando mensalmente reuniões para análise da conjuntura econômica e avaliação prospectiva da economia brasileira. São convidados todos os economistas registrados no Corecon-DF e outros profissionais interessados em debater a economia. As reuniões são coordenadas pela Comissão de Política Econômica do Conselho, que procura garantir a participação de todos os presentes no debate para que as diferentes visões e o pluralismo metodológico de análise, que caracteriza a Ciência Econômica, favoreçam uma melhor avaliação da situação econômica do País.
Nas últimas reuniões foram analisadas as perspectivas de ajuste macroeconômico, com a nova política econômica do governo, e as tendências da economia brasileira. Os participantes enfatizaram que as perspectivas são ruins para o curto prazo, mas que no médio prazo o cenário é de consistência nos fundamentos macroeconômicos.
A avaliação do grupo de conjuntura é que o ano de 2015 marcará principalmente um período de ajustes, compreendendo a compatibilização dos preços internos e externos, e a correção dos preços administrados, que se encontravam defasados. A expectativa é de inflação elevada nos primeiros meses do ano e convergência para o teto da meta no segundo semestre.
O quadro fiscal é de piora acentuada dos indicadores e a reconstrução do equilíbrio macroeconômico implica a transformação do déficit primário do setor público consolidado de 0,6% do PIB, observado em 2014, em um superávit de 1,2% do PIB em 2015, e a ampliação desse superávit para 2% do PIB, em 2016 e 2017. A avaliação é que essas metas ainda não são suficientes para reverter a tendência de aumento da dívida pública e que o esforço fiscal, no médio prazo, terá que ser maior.
O balanço de pagamentos continua a preocupar pelo elevado déficit em transações correntes e pela redução do comércio, tanto importações como exportações. A avaliação é de que a taxa de juros e o dólar precisariam subir ainda mais, e o arrocho fiscal ser mantido, até que a pressão inflacionária e o déficit do balanço de pagamentos mostrem sinais de alívio.
O grupo de conjuntura avalia ainda que, além da crise internacional, fatores exógenos reduzem o potencial de crescimento brasileiro e representam motivos adicionais de preocupação, tais como: a crise hídrica, que prejudica a oferta de energia elétrica, agora fortemente dependente das geradoras térmicas, o que encarece o insumo; e a crise da Petrobrás, pela redução de investimentos, tanto da própria empresa como de seus fornecedores, aliada ao impacto negativo na credibilidade das instituições públicas e do grupo político governante.
Enfim, a intenção do Conselho é ampliar o debate, tanto nas reuniões mensais de conjuntura como em eventos com diferentes correntes de pensamento, de forma a oferecer aos economistas do Corecon-DF espaços alternativos de debates e de ideias, para o enfrentamentos dos problemas econômicos do País.