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Governo vai oferecer um trecho de rodovia por vez e não mais dois trechos.
Confederação Nacional de Transportes defende mudanças nesse modelo.
Depois do fracasso do leilão da BR-262, o governo decidiu fatiar a concessão das estradas. Vai oferecer um trecho de cada vez, e uma das críticas é que o motorista acaba pagando duas vezes o pedágio.
Imagine alguém com dinheiro na conta e também na poupança. Não quer gastar o que está na conta corrente, não quer ter a sensação de que o dinheiro está sendo gasto, e tira o dinheiro da poupança. No caso dos pedágios, para evitar os reajustes de tarifas, o governo dá para as concessionárias de rodovias empréstimos de bancos públicos. No fim das contas, o dinheiro é do contribuinte.
O Governo Federal já concedeu 5.200 quilômetros de rodovias para empresas privadas. São 15 trechos de estradas federais em todo o país.
O valor do pedágio varia de acordo com o tamanho da rodovia, com as obras que as concessionária são obrigadas a fazer e com a manutenção. Por exemplo: quem cruza a Nova Dutra para em três pontos para pagar pedágio. Em um carro de passeio, são R$ 17,10. O motociclista paga menos: R$ 8,55. Já o caminhoneiro pode gastar até R$ 102.
Os preços poderiam ter subido em agosto, mas por decisão do governo não houve reajuste. Como compensação, as empresas foram liberadas de pagar uma taxa para aANTT. Foi uma resposta aos vários protestos que ocorreram em junho e julho em todo o país.
Outros nove trechos de rodovias serão leiloados pelo governo. Para o presidente da Confederação Nacional dos Transportes, o programa precisa de ajustes, mas diz que a concessão é o melhor caminho.
“O transportador brasileiro, principalmente, acho que o usuário de automóvel, chegou à conclusão que é melhor você ter uma rodovia bem cuidada, duplicada, com segurança cobrando pedágio, do que as rodovias do jeito que é em todo Brasil”, declara Clésio Andrade, presidente do CNT.
Um economista critica o programa. Diz que o governo erra quando interfere muito nos contratos. Ao tentar impedir os aumentos de tarifa, oferece às empresas empréstimos de bancos públicos a juros bem mais baixos e, com isso, aumenta a dívida pública.
“O preço vai chegar para as pessoas. Só que vai chegar para a sociedade como um todo, e não para aqueles que usufruem da rodovia. Ao chegar para sociedade como um todo, isso repercute em uma dívida mais alta, juros mais elevados”, diz Carlos Eduardo de Freitas, economista.
O ministro dos Transportes, César Borges, disse que tudo que for avaliado como dificuldade no processo de concessão será removido. Por enquanto, o governo mudou a estratégia de oferta de rodovia. A partir de agora vai oferecer um trecho de rodovia de cada vez e não mais dois trechos.
A Confederação Nacional de Transportes defende mudanças nesse modelo de concessão. A sugestão é deixar mais de 80% da obra nas mãos da iniciativa privada.
Bom Dia Brasil