O Conselho Regional de Economia do Distrito Federal (Corecon-DF) realiza nesta quarta-feira (14) o I Fórum de Perícia Econômico-Financeira. O evento acontece no auditório Cel. José Nilton Matos da Academia de Bombeiro Militar.
Na abertura, o presidente do Corecon-DF, Eloy Corazza, agradeceu aos parceiros que tornaram possível a realização do Fórum – entre eles, o Cofecon, o Corpo de Bombeiros, a Federação Brasiliense de Perícia, Arbitragem e Mediação, o Conselho Regional de Economia de Goiás (Corecon-GO), o Conselho Regional de Contabilidade do Distrito Federal (CRC-DF), a Associação dos Peritos Judiciais, Árbitros, Conciliadores e Mediadores do Distrito Federal (APEJUSDF), o Instituto dos Peritos e Consultores Técnicos do DF (INPECON). Falou sobre o guia de perícia, lançado pelo Regional durante o evento, e afirmou que o presidente Mário Sérgio Sallorenzo, falecido no mês de outubro, “sempre colocou como meta que nós pudéssemos viabilizar este instrumento para a nossa profissão”.
A primeira palestra da manhã foi da contadora Sandra Batista, perita contábil e vice-presidente de Fiscalização, Ética e Disciplina do Conselho Federal de Contabilidade. Sandra começou falando sobre a importância da intuição na profissão de perito. “Quanto mais usamos a nossa intuição, mais nos fortalecemos e obtemos melhores resultados pelo aumento da confiança em nós mesmos. E quanto mais usamos a nossa técnica de forma adequada, mais conquistamos segurança para alçar voos, mitigar riscos, reduzir os custos e alcançar a qualidade dos nossos trabalhos”.
Sandra apresentou dados sobre a legislação profissional e a importância de atualizar-se. “Conhecimento não gera estoque. É preciso renovar todos os dias”, afirmou. Após discorrer sobre como fazer um bom laudo pericial, a contadora apresentou um acróstico com a palavra Charme, composta de várias qualidades: conhecimento, habilidade, atitude, resultado, motivação e entusiasmo.
Jorge Faiad, da Comissão de Previdência Complementar da OAB/DF, falou sobre a perícia na visão dos advogados. “Quem é o perito? Ele exerce uma função que nem o juiz nem os órgãos auxiliares exercem, que é a análise técnica”, afirmou. E tratou, em seguida, da importância da habilitação e do trabalho bem feito. “Se um perito não tem habilidade para uma questão específica, deve declinar da sua nomeação. Uma perícia mal feita é fonte inesgotável de dor de cabeça”.
Ao tratar do laudo pericial na visão do advogado, falou sobre a importância do perito como auxiliar do juiz, assim como dos assistentes técnicos como auxiliares dos advogados de cada parte, estabelecendo as diferenças entre o que se espera de cada um. Destacou, ainda, a necessidade de um bom texto: “O texto pericial deve ser claro e limpo, esgotar todas as dúvidas que surgirem da matéria controvertida, mas a conclusão não pode extrapolar o âmbito da sua atuação”.
O evento continuou à tarde com palestras do economista perito Clênio Guimarães Belluco, que apresentou o tema “Perícia Financeira e a Lava-Jato” e do economista, contador e perito Paulo Cordeiro de Mello, que ministrou palestra sobre “Desafios da especialização profissional em Perícia Judicial”.
O papel da Perícia Econômico-Financeira na Operação Lava Jato foi o primeiro assunto da tarde. O economista Clênio Guimarães Belluco, perito há mais de 20 anos e agente da Polícia Federal por oito anos, atuou não somente na Lava Jato, mas também em outras operações, como a Caixa de Pandora, o Mensalão, Farol da Colina e o caso Banestado.
Segundo Clênio, a Lava Jato já possuia, até março deste ano, 1.525 laudos periciais. Entre os documentos analisados pelos peritos que atuam na Operação estão: notas fiscais, extratos de movimentações financeiras, contratos, livros, planilhas e sistemas com informações fiscais e contábeis.
Paulo Cordeiro de Mello esmiuçou a importância da Perícia Econômico-Financeira a partir do Novo Código de Processo Civil. Ao falar da atuação na área, Paulo defendeu que os profissionais que pretendem exercer o ofício de perito têm de buscar uma constante atualização do conhecimento, para além da formação acadêmica.
O economista e perito profissional falou das oportunidades do economista que decide se especializar na área de Perícia Econômico-Financeira. “Economistas, contabilistas e administradores têm formações muito amplas. São preparados para atuar em diversas áreas. A especialização em uma atividade específica, como a Perícia, potencializa a carreira do profissional. É uma oportunidade
Uma homenagem à vida, obra e pensamento do economista e ex-presidente do Corecon-DF, Mário Sério Fernandez Sallorenzo, marcou o encerramento do evento. A esposa, Vera, e a filha, , receberam a deferência em nome de Mário Sérgio. O destacado economista possuía grande preocupação com os seres humanos e utilizava o seu conhecimento em prol de uma sociedade mais justa, pacífica e equilibrada. A coordenadora do evento, professora, economista e perita Vilma Guimarães destacou uma frase para sintetizar o pensamento de Mário Sérgio: “com meia dúzia de equações você constrói um modelinho econômico pífio. Mas não pode se esquecer que cada uma destas equações é habitada por gente”.de se destacar no mercado”, ressaltou Paulo.
APRESENTAÇÕES PARA DOWNLOAD:
Perícia Financeira – Operação Lava Jato | Clênio Guimarães Belluco
A Perícia Judicial na visão dos Advogados | Jorge Faiad
Desafios da especialização profissional em Perícia Judicial | Paulo Cordeiro de Mello