O Conselho Regional de Economia do Distrito Federal (Corecon-DF) realizou, nos dias 8 e 9 de abril, o Simpósio Desenvolvimentos Recentes da Teoria Macroeconômica, que promoveu o debate entre estudantes e especialistas de diferentes linhas de pensamento de Economia. O evento ocorreu na Universidade de Brasília (UnB) e contou com o apoio do Conselho Federal de Economia (Cofecon).
Na abertura do Simpósio, o presidente do Conselho Regional de Economia do Distrito Federal (Corecon/DF), Carlos Eduardo Freitas, destacou a importância da integração entre o meio profissional e o meio acadêmico que eventos como esse proporcionam. Também estiveram presentes o presidente da Associação Keynesiana Brasileira (AKB), José Luis Oreiro; e a chefe do Departamento de Economia da Universidade de Brasília (UnB), Adriana Amado.
A primeira mesa temática, no dia 8 de abril, tratou do assunto “A Macroeconomia Estruturalista do Desenvolvimento. Estruturalismo e o Novo-desenvolvimentismo” e contou com a exposição de José Luis Oreiro (AKB) e Nelson Marconi, coordenador do curso de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP). O primeiro dia do simpósio ainda contou com outras quatro mesas temáticas, que abordaram os temas “Revisão do Novo Consenso Macroeconômico”, “A Macroeconomia Novo-Keynesiana e os Modelos de Equilíbrio Geral Estocástico Dinâmico”, “Os Modelos de Ciclos Reais de Negócios” e “A Macroeconomia Keynesiano-Estruturalista”.
O segundo dia do evento começou com uma mesa de debate sobre os desafios da política econômica brasileira. A discussão foi dividida em três temas: ajuste fiscal, macroeconomia em curto prazo e a estagnação da economia brasileira. Sobre o ajuste fiscal, o presidente da Associação Keynesiana Brasileira, José Luis Oreiro, afirmou que as medidas são necessárias, mas não suficientes. “Para retomar o crescimento é absolutamente indispensável que se recupere a competitividade da indústria brasileira e, para isso, é preciso fazer uma desvalorização profunda da taxa de câmbio”, indicou.
Ao comentar o tema ajuste fiscal, o professor da Universidade de Brasília Roberto Ellery afirmou que aumentar impostos em meio à recessão é uma ideia ruim. “Eu acredito que um ajuste fiscal de menos de 1,2% do PIB sem aumentar impostos seria mais desejável”, defende. Para o professor a solução estaria no corte de gastos e diminuir os impostos para não penalizar o setor produtivo que acaba arcando com a carga de impostos. “Não entendo a lógica de aumentar impostos, cortar gastos e dizer que assim vai sair da recessão”.
O encerramento do Simpósio foi feito pelo presidente do Conselho Federal de Economia (Cofecon), Paulo Dantas da Costa. Em sua fala, destacou a articulação do Conselho no Senado Federal para desarquivar o Projeto de Lei nº 658/2007, que atualiza a regulamentação da profissão de Economista. “Não vejo nada mais importante para a vida dos economistas do que este projeto, especialmente para aqueles que têm a atividade como ganha-pão. Mobilizamos forças no Brasil inteiro para conseguirmos resgatar este assunto na pauta do Congresso Nacional”, comentou. Ao finalizar o discurso, Dantas afirmou se sentir honrado em participar do evento, marcado por debates que considerou de altíssima qualidade.
Apresentações:
MESA 1 – “A Macroeconomia Estruturalista do Desenvolvimento. Estruturalismo e o Novo-Desenvolvimentismo”, disponível aqui.
MESA 2 – “Revisão do Novo Consenso Macroeconômico”, disponível aqui.
MESA 3 – “A Macroeconomia Novo-Keynesiana e os Modelos de Equilíbrio Geral Estocástico Dinâmico”, disponível aqui.
MESA 4 – “Os Modelos de Ciclos Reais de Negócios”, disponível aqui.
MESA 5 – “A Macroeconomia Keynesiano-Estruturalista”, disponível aqui.
Almoço palestra
Após os debates na Universidade de Brasília, o economista Luiz Fernando de Paula, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), apresentou uma palestra sobre “Políticas Anticíclicas na América Latina durante a crise mundial e a grande recessão” (disponível aqui) durante almoço no restaurante Coco Bambu. O tema foi Políticas Anticíclicas na América Latina durante a Crise Mundial e a Grande Recessão. O estudo apresentado estava focado na Argentina, Brasil, Chile, Venezuela e México, países que representam 80% do PIB da América Latina e são importantes do ponto de vista econômico e político.
“A boa governança da política macroeconômica na maioria dos países, com exceção da Venezuela, foi bem sucedida. Isso se deu pela política prévia de diminuição de dívida pública externa, acumulação de reservas cambiais e aprimoramento da dívida pública. Tais medidas foram possíveis por uma condição externa excepcional antes da crise global de 2008”, analisou Luiz Fernando de Paula, ao finalizar o evento.
(*) Assessoria de Comunicação do Cofecon
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