Inflação fica estável em julho e fecha em 0,03%; menor alta em três anos
A inflação acumulada em 12 meses tinha ultrapassado meta oficial, mas caiu de 6,5% para 6,27%. Governo diz não haver mais motivos para preocupação.
A inflação foi quase zero em julho, a menor alta em três anos, mas a taxa em 12 meses ainda é alta: 6,2%. E tudo indica que esse alívio é temporário.
É o que dizem os economistas. A preocupação não é com o momento, mas com os próximos meses. Preços de alguns produtos têm subido, por causa da alta do dólar. Outra preocupação é com o preço dos combustíveis.
A queda no preço de bebidas e alimentos foi fundamental para desacelerar a inflação. Entre os produtos que mais ajudaram está o ex-vilão da cesta básica: o tomate, que chegou a ser vendido a R$ 10 em abril. Ficou 27% mais barato em julho na comparação com o mês anterior.
O consumidor também pagou menos pela cebola (10,9%) e pela cenoura (5%). Além disso, o gasto com transporte (0,66%) foi menor. “Espero que continue assim, né”, diz um homem.
O IPCA, índice que o governo usa para calcular a inflação, ficou praticamente estável em julho. O sobe e desce foi intenso. Estava em 0,41% em agosto do ano passado. Subiu nos cinco meses seguintes e bateu em 0,86% em janeiro. Caiu em fevereiro (0,60%) e março (0,47%) e teve nova alta em abril (0,55%). De maio para cá, o índice voltou a cair.
A inflação acumulada em 12 meses também recuou. Tinha ultrapassado a meta oficial de 6,5%, mas caiu agora para 6,27%. Para o governo, essa queda mostra que não há mais motivos para preocupação.
“Todo ano tem um período que ela sobe um pouco, depois ela cai. Então, mais para agora até o final do ano ela vai subir um pouquinho porque é normal. Mas ela continuará totalmente sob controle e não vai atrapalhar a economia brasileira”, declara Guido Mantega, ministro da Fazenda.
Um economista concorda, mas lembra que a alta do dólar ainda pode ser um problema. “Se a desvalorização cambial não for compensada por outras, isso pode afetar, porque aí afeta os contratos”, diz Newton Marques, economista.
Professora da PUC, Monica de Bolle diz que o governo deve enfrentar dificuldades para manter os preços da gasolina e da energia congelados e por isso a inflação pode voltar a incomodar.
“Quando a gente olha assim em um horizonte mais amplo é a inflação ainda é uma inflação bastante alta. A perspectiva é que a gente feche o ano aí possivelmente abaixo do que fechou o ano passado, abaixo de 5,8%, mas muito próximo desse patamar. Uma inflação ainda bastante elevada”, declara Monica de Bolle.
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira (07), em Varginha, Minas Gerais, que a inflação está completamente sob controle. Que ela atingiu um dos resultados mais baixos para o período. A presidente criticou o estardalhaço feito em cima da inflação quando disseram que o governo havia perdido o controle.