Foto: Dênio Simões/GDF
A Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) divulgou, nesta quarta-feira (18), a primeira Pesquisa Metropolitana por Amostra de Domicílio (PMAD), com o perfil socioeconômico da população da Área Metropolitana de Brasília.
O presidente da Codeplan, Júlio Miragaya, comemorou a conclusão da pesquisa: “Estamos entregando, às 12 prefeituras, o relatório completo sobre a Região Metropolitana de Brasília”, afirmou.
Para o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, este é um passo importante para melhorar a situação da população. “O conhecimento científico dos dados, fruto de uma pesquisa como essa, ajudará bastante no planejamento das políticas públicas de integração”, declarou.
Segundo a prefeita de Valparaíso de Goiás, Lucimar Nascimento, “a pesquisa ajudará a planejar as ações públicas com mais segurança e mais chances de acertar”.
A PMAD considerou apenas as áreas urbanas. Ao todo, esses locais têm 1.071.583 habitantes. Desses, 50,88 são mulheres, ou seja, para cada 100 mulheres, há 96,54 homens.
Os três municípios mais populosos da região são: Águas Lindas (197.200 habitantes), Luziânia (177.501 habitantes) e Valparaíso (168.961 habitantes). Os três municípios, juntos, representam 50,73% da região metropolitana.
Mais de 70% da população têm menos de 39 anos. Os idosos representam apenas 8,34% dos habitantes. Somente 30% da população são do estado de Goiás. Em torno de 40% dos migrantes são naturais do DF.
“Têm pessoas que apenas vieram nascer no DF, por falta de equipamentos públicos de saúde nos seus municípios”, ressaltou Miragaya.
A pesquisa revelou, ainda, índices alarmantes nas áreas de Educação e Saúde. A taxa de analfabetismo chega a 5,45%, além dos 38,89% que não têm o ensino fundamental completo.
Apenas 8,4% da população têm nível superior, completo ou incompleto. Outro fato preocupante é que quase 63 mil crianças menores de 6 anos estão fora da escola.
“Temos que voltar nossa atenção para a questão educacional e profissionalizante e combater o analfabetismo”, afirmou o chefe do Executivo local.
Enquanto um terço da população busca os hospitais do Distrito Federal para realizarem seus tratamentos, menos de 0,3% utilizam os serviços ofertados em Goiânia, Anápolis e outros centros do estado vizinho.
Quase toda a população do Novo Gama (92,58%) utiliza os serviços de saúde do DF. Moradores de Águas Lindas (58,75%) e Valparaíso de Goiás (23,09%) também recorrem aos serviços de saúde da capital do país.
A renda domiciliar média mensal dos municípios é de três salários mínimos, ou seja, um pouco mais de R$ 2 mil. A renda per capita média é de R$ 703 mensais.
ITENS AVALIADOS – A pesquisa avaliou os seguintes itens: caracterização da população urbana; migração; educação; saúde e benefício social; segurança; trabalho e rendimento; posse de bens e locais de compra; aspectos culturais, esportivos e turísticos; características dos domicílios; infraestrutura domiciliar; e características do responsável pelo domicílio.
O governador afirmou também que o GDF já firmou o primeiro consórcio para atuar, com a região metropolitana, no tratamento dos resíduos sólidos. “O que também deve acontecer com o Transporte e a Saúde, pois temos dados e elementos concretos para isso”, garantiu.
O prefeito de Cocalzinho de Goiás, Alair Gonçalves Ribeiro, agradeceu o empenho para a realização da PMAD. “Meu município é o menor entre os pesquisados, mas nem por isso seremos menos gratos. A pesquisa mostrou o abismo que existe na região metropolitana”, afirmou.
“Podemos trabalhar as indústrias e o turismo e para isso precisamos que o governo de Goiás e o GDF trabalhem juntos”, sugeriu Alair Ribeiro.
ÁREA METROPOLITANA DE BRASÍLA – A pesquisa foi aplicada em: Águas Lindas de Goiás, Alexânia, Cidade Ocidental, Cristalina, Cocalzinho de Goiás, Formosa, Luziânia, Novo Gama, Padre Bernardo, Planaltina, Santo Antônio do Descoberto e Valparaíso de Goiás.
Fonte: André Carvalho e Vaneska Freire, da Agência Brasília